O suicídio na América do Sul: questões socioculturais

02/06/2018 12:18

12 de junho – terça – às 9h30 – no auditório do CFH

​Link para o evento: <https://www.facebook.com/events/250560535690005​>

Andrea Lissett Pérez é professora titular Universidade de Antioquia, Colômbia. Antropóloga de formação com mestrado e doutorado em Antropologia social da UFSC. Pesquisadora convidada do Núcleo de Antropologia do Contemporâneo e do INCT Brasil Plural.

O suicídio na América do Sul – O que tem a dizer sobre questões socioculturais?

A forma de morrer é um sinal tanto dos estilos de vida quanto das condições que regulam a existência e o devir social. Por sua natureza imprevisível, a morte desnuda de maneira patética e dramática a própria condição humana. Abre, à flor da pele, os meandros da vida social, mostra suas feridas e fala das subjetividades ali expostas. Se sabemos ler seus signos, também podemos nos aproximar das distintas semânticas sociais e das formas como os sujeitos recriam tais universos. O sujeito narra com o suicídio uma gramática existencial que, apesar de sua singularidade, deixa rastros da forma de vida, dos fios e tensões sociais que o condicionam. É um estado de ser e estar no mundo que, da perspectiva do sujeito, chega a um limite em que a única saída possível é própria eliminação. Justamente, esse estado forte e limítrofe que confronta a normalidade social constitui um estado propício para tentar penetrar os tecidos sociais e as maneiras como os sujeitos interatuam e dão significado a suas vidas. Esses são os motivos ontológicos pelos quais a morte e o suicídio se tornam campos férteis para fazer leituras antropológicas do social, no caso da presente pesquisa, no contexto da América do Sul, tentando aprofundar em três linhas de interesse: (a) a perspectiva sócio espacial, reconhecendo os territórios onde se concentram os maiores índices de suicídio e as lógicas ali imersas; (b) os elementos contextuais e culturais que informam e fazem plausível esta prática social e (c) os sujeitos sociais mais afetados que proporcionam pistas das subjetividades em tensão e as formas de sofrimento social.